quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Peso do Mundo.

Era dia. Um novo amanhecer, um novo futuro. As janelas com os vidros empoeirados e as cortinas encardidas se abrem, a luz escaldante entra, mas você vai embora, porta a fora. Atrás de si ficam as cercas de madeira quebrada, as flores implorando por água e a familiaridade nauseante. Lá fora você está cercado por milhões, mas completamente sozinho. Anda, anda, anda... Era tarde. O sol já está ficando velho, o sono chegando rapidamente para ele. E você está voltando, abandonando aquela solidão, o cansaço do trabalho, árduo e cruel, transpirando feito suor. Era noite. E finalmente você chegou, a porta, que outrora era vermelha, se abre e as janelas fecham com ruídos. A luz, a única que não queimou, se apaga e o calor vai embora. Você está sozinho, só com os mosquitos quebram o silêncio. Era madrugada, você está morto.

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