quarta-feira, 28 de abril de 2010

Rio sem medida.

A noite estava quente. Bastante quente na concepção de Érica, que estava abrindo a porta de seu apartamento. O dia fora cansativo demais. Doenças, cortes de faca, balas alojadas em alguns órgãos do corpo humano. Os dias de plantões eram sempre tumultuados, mas, quando dava a hora, Érica trocava de roupa e voltava para casa, a adrenalina e a energia ainda corriam por dentro. Queria mais, queria ficar esgotada até cair pesada na cama e apagar sem sentir mais nada. E era aí que Pablo entrava na história.

Pablo. O adorável e tímido vizinho de Érica. Que sempre vestia terno e gravata. Que trabalhava para uma multinacional milionária. Que nunca lhe dirigira mais do que um ‘oi’. Que era politicamente correto. Até um mês atrás, quando ela escorregara e torcera a perna. O grito de Érica acordou-o em um susto. E nada mais restou a ele do que ir socorrê-la. Não foi uma cena muito gloriosa para Érica. Sentada no chão, chorando de dor e vestida apenas de calcinha e blusão. Se ao menos a calcinha não fosse de vovó e o blusão não fosse do Mickey e sujo de molho, ela poderia ter salvado algo. Érica tinha certeza de que as chances haviam se evaporado.

No dia seguinte, quando Érica se esforçava para achar as chaves de casa perdidas na imensidão de sua bolsa, Pablo saiu do elevador. Ele pensou em simplesmente dar o monótono ‘oi’ e entrar, mas ao vê-la tão atrapalhada em uma tarefa tão prática, sorriu. Não era novidade para si que se sentia atraído por ela desde que se mudara. Ela era linda e absurdamente sedutora com suas calças apertadas e seus blusões alguns bons números maiores. Ou, o contrário, calças bastante parecidas como as do Aladim e blusas modeladas ao seu corpo.

Pablo simplesmente lhe perguntou se precisava de ajuda. Érica negou-lhe, dizendo que não queria abusar muito. Pablo foi insistente e lhe concedeu uma mão a mais na busca das chaves perdidas. Érica lhe sorriu encantadoramente. Pablo encontrou as chaves. Érica convidou-lhe a entrar. Foi a vez de Pablo não querer abusar. Então Érica se tornou a insistente. Os dois entraram e se sentiram constrangidos, mas não por muito tempo.

Após uma pizza apimentada, um bom vinho do porto, algumas risadas e cantadas, Érica e Pablo trocavam beijos e carícias no sofá da sala. As mãos de ambos já tinham ultrapassado as barreiras das roupas. Estavam excitados, extasiados. Talvez por se desejarem, talvez pelo efeito embriagador do vinho. Ali, naquele sofá, ficaram nus e transaram. Logo, Pablo foi embora.

Então, após essa noite prazerosa, vieram outras noites. Os dois eram vizinhos e amantes, apenas isso. Sem conversas, sem promessas. Apenas sexo. Carnal e avassalador. Pablo tinha suas necessidades de homem solteiro e Érica desejava toda noite se deitar com toda a sua adrenalina esgotada. Os dois obtinham o que queriam.

Por isso, naquela noite quente, Érica entrou no apartamento sem trancar a porta. Jogou a bolsa na mesa do canto e retirou o casaco, deixando-o no sofá. No caminho do quarto tirou a blusa. E quando chegou ao banheiro, já estava nua. Vestiu um roupão e preparou a banheira. A campainha soou. Érica já o esperava, então logo mandou entrar. Chamou-o até ela e logo Pablo estava encostado na porta do banheiro. Seu sorriso malicioso condizia com seu olhar devorador, que ia da banheira para ela.

Em um segundo, Pablo arrancava o roupão e a prensava de encontro à parede. Apertava o corpo de Érica com luxúria. Suas mãos contornavam os seios fartos e arrebitados. As pernas de Érica rodearam-no empurrando seu corpo de encontro ao dela, as intimidades se roçando sem pudor. Cansada daquele jogo, Érica arrancou sua blusa fazendo os botões saltarem para todos os lados. Pablo mordeu seus lábios deixando-os vermelhos. Ela era quente, estava a ponto de ebulição, e Pablo sabia muito bem como dar vazão àquela chama.

Após se livrar dos panos, Pablo jogou-se com ela dentro das espumas perfumadas. Érica gargalhou escutando parte d’água cair no chão. Sua risada morreu ao sentir Pablo penetrá-la de uma vez só. Ele era grande, preenchia-a de maneira completa. Fazia sentir-se pequena diante daquela potência. Ela afundava suas unhas em suas costas, marcando-as. Seus olhos se fechavam em profundo deleite.

Pablo penetrava-a sem descanso. Queria aquilo, queria ela. A água fazia uma balbúrdia estranhamente excitante a cada movimento. Seus lábios chupavam e seus dentes mordiam seu pescoço. Tantos lugares acessíveis para Pablo tocar, morder, chupar e degustar, que se tornava impossível aproveitar tudo. Enquanto aumentava tanto o ritmo quanto a força daquela união, sentia o clímax dela aproximar trazendo o seu juntamente.

Os dois gritaram extasiados. Afundaram-se naquela água, as sensações perdidas em um rio sem medida. Eles eram condenadamente bons juntos. Pablo sabia disso. Érica desconfiava. Pablo era tímido demais para propor algo mais sério. Érica era desligada demais para notar que queria algo mais sério. Então os sentimentos foram ficando entorpecidos assim como seus músculos. E as declarações foram deixadas para outra hora. Pablo estava saciado. Érica exausta. O ar condicionado deixou a noite fria, e, com o corredor e duas portas fechadas os separando, Érica e Pablo adormecem, dando fim a mais um dia.

sábado, 24 de abril de 2010

Perfil Desprezado.



"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam odio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser pertubador, é preciso que nossos anjos e demonios sejam despertados, e com eles sua raiva, orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um musculo, o que nao faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."
(Martha Medeiros)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

101 coisas em 1001 dias.


Antes que eu comece esse post, eu gostaria de deixar muito claro a enorme preguiça de fazê-lo e, principalmente, de cumpri-lo. Agora sim, eu posso começar.

Há dois dias, certa pessoa veio me falar da lista de “101 coisas em 1001 dias” e eu, curiosa nata, obviamente perguntei o que era essa lista. O que eu não esperava era que ela fosse uma lista de metas, as quais a pessoa que a fez deveria cumprir em determinado tempo. E apesar de toda a preguiça do mundo, pensei sobre esse assunto. Mas quanto mais eu pensava mais vinha em minha cabeça aquele filme Um Amor Pra Recordar.

Deixando claro outra coisa: Eu não me lembrei desse filme porque é romântico, pois, confie em mim, se tem uma coisa que eu não sou é ser romântica a esse ponto.

Como dizia, a lista me lembrou ao filme. A protagonista tinha essa lista – não era de 101 coisas, pelo menos não que eu lembre – das coisas que ela desejava fazer. Mas quase não pode as fazer pelo fato de – espero que isso não seja um spoiler para ninguém – estar doente e com escasso tempo de vida. Em meio a minha reflexão, eu me imaginei em semelhante situação. Claro que a opção de um carinha lindo aparecer e realizar todos os meus desejos não existia. Ou talvez pode até existir, mas como já informei antes, não sou tão romântica assim. Ou seja, decidi que mesmo que não cumpra as 101 coisas em 1001 dias eu iria fazer a lista como um passo para a realização de meus desejos e sonhos. Pois nunca saberei se no dia de amanhã eu terei o tempo de tomar essa atitude.

Assim que, apesar de toda a preguiça, aqui vai minha lista. Mesmo que amanhã eu já possa ter mudado de sonho, já não queira mais fazer tal coisa. Vou dar a chance e tentar não perder a oportunidade.

Início: 16 de abril de 2010.
Termino: 11 de janeiro de 2013 – mas se o mundo acabar em 2012, me dê um desconto, ok?

- Crescimento pessoal e profissional.
01 – Arrumar um estágio.
02 – Colocar Inglês e Espanhol avançados no meu CV – após o certificado.
03 – Terminar minha graduação em Administração.
04 – Fazer uma pós-graduação em Marketing.
05 – Fazer outra graduação – uma que me agrade.
06 – Passar num concurso.
07 – Tirar carteira de motorista.
08 – Fazer um curso de Design.
09 – Fazer um curso de Office.
10 – Fazer um curso de Oratória.
11 – Publicar um livro.

- Saúde, Corpo, Mente e Vaidade.
12 - Perder o peso necessário.
13 - Fazer um tratamento para asma que funcione.
14 - Fazer uma limpeza de pele.
15 - Cortar meu cabelo curto.
16 - Parar de roer as unhas.
17 – Parar de beber Coca-cola.
18 – Fazer um check-up.
19 – Cuidar da minha postura.
20 – Ser menos nervosa.
21 – Usar mais brincos.
22 – Perder o trauma de agulhas.
23 – Usar mais chinelo dentro de casa.

- Relacionamentos: Família, Amigos, Namorados, Pets.
24 - Ter minha família unida nem que seja por um dia.
25 - Visitar meus avôs toda semana.
26 - Ser madrinha do casamento do meu irmão Diego.
27 - Ser madrinha do casamento do meu irmão David.
28 - Ter uma paixão platônica.
29 - Cuidar dos meus dogs todos os dias.
30 - Falar com a Marhy todos os dias.
31 - Rever a Pam.
32 - Rever a Lila.
33 - Conhecer a Nanda.
34 - Conhecer a Ana.
35 - Dizer para as pessoas especiais que as amo.
36 - Voltar a amar.
37 - Fazer mais um amigo.
38 – Namorar.
39 – Almoçar uma vez por semana com meus pais e meus irmãos.

- Hobbies.
40 – Aprimorar minhas técnicas de desenho.
41 – Ler uma boa quantidade de livros.
42 – Assistir todas as temporadas de Supernatural.
43 - Ir ao cinema uma vez por mês.
44 – Assistir Buffy, A Caça-Vampiros de novo.
45 – Aprimorar minhas montagens e efeitos.

- Comprar (ou ganhar).
46 - Vários livros.
47 - Vários DVD’s virgens.
48 - Um iPod.
49 - Um carro.
50 - Algumas roupas.
51- A coletânea dos Beatles.
52 - Um travesseiro daqueles longos.
53 - Uma TV LCD.
54 - Um estojo.
55 - Uma almofada de massagem.

- Viagem, Lazer e Cultura.
56 - Viajar pela Europa.
57 - Presenciar a Troca da Guarda em Londres.
58 - Ir à Palestina.
59 - Voltar ao Rio de Janeiro, sem pressa e correria, e realizar todos os planos com a Pam e a Lila.
60 - Voltar ao Rio de Janeiro com a Marhy e ir num baile funk, de mini saia e sem calcinha.
61 - Ir a shows, internacional ou nacional, de bandas que eu goste.
62 - Assistir uma peça de teatro.
63 - Ir a Belo Horizonte com Diego e Vanessa.
64 - Ir a Olinda com minhas amigas.
65 - Conhecer a casa de alguém.
66 - Ir a todos os shows de Teatro Mágico em Recife, a não ser que tenha algo urgente.
67 – Jogar Boliche.
68 – Assistir Bones sempre que sair um episódio.
69 – Ver o último episódio de Life Unexpected e não tentar matar a Cate.
70 – Ir ao parque de diversões.

- Culinária e Gastronomia.
71 - Aprender a cozinhar que nem a minha avó.
72 - Aprender a cozinhar.
73 - Experimentar comidas diferentes, nem que seja apenas uma.
74 - Aprender a comer cebola.
75 - Deixar de ser chocólatra.
76 - Não ficar enjoada com o cheiro do vinho.
77 - Fazer um twix gigante.

- Limpeza e Organização.
78 - Formatar meu computador.
79 - Gravar todas as minhas séries.
80 - Organizar meus CD’s.
81 - Lavar minhas roupas.
82 - Me desfazer dos livros de escola.
83 - Arrumar minha cama todos os dias.

- Blogs, Sites, Internet e Afins.
84 - Terminar de baixar ER.
85 - Parar de baixar tantas séries.
86 - Viciar a Marhy em novas séries.
87 - Excluir o Orkut.
88 - Postar uma vez por mês no meu Blog.

- Boas ações.
89 - Doar alimentos e brinquedos ao Hospital do Câncer.
90 - Ajudar alguém necessitado.
91 - Ser legal com uma criança.
92 - Obrigar a Nanda a terminar a Um Sonho.

- Outros.
93 - Enviar os livros da Lila.
94 - Enviar os DVD’s da Pam, da Nanda e da Ana.
95 - Terminar de escrever a história da Lila.
96 - Levar a sério meus retiros estudantis.
97 - Parar de sonhar acordada.
98 - Fazer uma lista de todos os filmes que já vi.
99 - Caminhar mais vezes na praia.
100 - Ser menos barraqueira.

- Final.
101 - Não fazer outra lista dessas quando os 1001 dias acabarem.