quinta-feira, 28 de outubro de 2010

I don't wanna hold my pillow, I wanna hold you.


Dia 24 de dezembro, véspera do Natal.


Lá fora a noite já havia dominado por completo, a chuva caía pesadamente e a janela tremulejava sob seu peso. Estou em casa, deitada na imensidão da cama de casal, tentando dormir enquanto conto os carneirinhos invisíveis. O quarto está gelado, de sentir arrepios passar por mim, e o edredom não está fazendo efeito algum. Olho para um lado, vazio, olho para o outro, idem.

- Onde está você? - murmuro para a solidão crescente a minha volta.

Sinto meus olhos lacrimejarem quando a saudade eterna aperta dentro do peito e a dor cruciante é demais para que eu aguente em silêncio. Dou vazão ao pranto inconsolável e o chamo uma vez, outra e mais outra...

- Por que você não me responde? - grito para o teto branco e rebaixado.

Tenho a impressão de que ele está caindo sobre mim, me esmagando. O choro é mais urgente, cada vez mais fico sufocada entre ele e o colchão macio. E então com um grito mudo na escuridão, vejo o teto se quebrar e cair sobre meu corpo e rosto, viro para o lado, agarrando o travesseiro e imagino... Seu corpo ao meu lado, meus braços lhe abraçando, meu rosto escondido no vão caloroso de seu pescoço, suas mãos acariciando alguns fios dourados de meu cabelo, o movimento calmo de seu peito, você respirando... E eu adormecendo.


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